domingo, 8 de fevereiro de 2009

Filme de terror - baseado em fatos reais

Sequências de filmes como Jogos Mortais, Sexta-feira 13 e O Albergue podem parecer surreais com relação à crueldade usada contra as vítimas. No entanto, um caso publicado ontem (7) pela Folha de São Paulo mostrou que tais crimes são possíveis.
Na última sexta-feira, 6 de fevereiro, a polícia de Curitiba (PR) encontrou o corpo de um homem cuja face foi arrancada com uma faca. Segundo os investigadores da Delegacia de Homicídios, da Polícia Civil, é possível que a vítima tenha sido mutilada e torturada antes de morrer. A polícia declara ainda que o homem foi encontrado com as mãos e os pés amarrados, além de ter uma corda no pescoço. Os olhos também foram arrancados durante a tortura. Além disso, vítima apresentava escoriações no tórax e um tiro na cabeça. Devido aos ferimentos, o homem ainda não foi identificado e não há suspeitos da autoria do crime.
Este exemplo ilustra dados recentes divulgados no relatório anual da organização não-governamental Human Rights Watch. O documento, publicado no dia 14 de janeiro deste ano, traça um panorama das violações dos direitos humanos no mundo.
Na seção sobre o Brasil contida no relatório, a ONG responsabiliza gangues criminosas e o abuso policial pela chamada "crise da segurança pública". De acordo com a ONG, no Brasil ocorrem cerca de 50 mil homicídios por ano. E apesar de não haver números precisos em relação à tortura no país, considera-se que esta é uma prática recorrente cometida por criminosos e pela própria polícia.
Para a Human Rights Watch, a tortura no Brasil se tornou um problema crônico, principalmente nos presídios e outras dependências policiais. Os principais estados brasileiros onde se pratica tortura dentro das prisões, segundo o documento, são: Rondônia, Piauí, Mato Grosso, Ceará, Maranhão, e Goiás.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Diferença natural, desigualdade histórica

Todos os anos, no dia 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Grandes empresas escrevem cartões, enviam e-mails bonitos com poemas de homenagem e dão rosas às funcionárias. Algumas emissoras de TV criam "propagandas" para dizer o quanto somos importantes. Mas, no fundo, quase nada muda. Muitas pessoas aproveitam o dia "especial" para zombar que, enquanto as mulheres tem apenas um dia, todo o resto do ano é dos homens. E realmente parece existir uma certa verdade nisso.
A luta feminista, que começou no século XIX e ganhou força na década de 60, conquistou muitos avanços: o voto, estudo nas universidades, a ingressão no mercado de trabalho realizando funções "masculinas", liberdade sexual, participação política. Mas ainda há muito pelo que lutar.
No dia 29 de janeiro de 2009, o novo presidente dos EUA, Barack Obama, ajudou a mulher americana a dar outro passo importante na busca pela igualdade de direitos. Ele assinou uma lei que determina a igualdade salarial entre homens e mulheres que ocupem a mesma função.
O projeto de lei é baseado na história de Lilly Ledbetter, supervisora da fábrica de pneus da Goodyear Tire & Rubber, em Gadsden, Alabama. Depois de 19 anos de serviço, ela processou a empresa ao descobrir que ganhava US$ 6.500 a menos que o supervisor com menor salário. Segundo Ledbetter, quem decidiu pelo salário menor foram seus supervisores, o que caracterizava discriminação. Em 2007, a Suprema Corte americana decidiu negar o pedido de indenização de US$ 360 mil, com a justificativa de que ela demorou muito tempo para iniciar o processo.
Com uma "simples" assinatura, Obama mostrou que a diferença de gênero não deve determinar o valor de um trabalho, já que atualmente tanto homens quanto mulheres podem estudar em boas instituições e ter desempenhos iguais na escola e no trabalho.
Infelizmente, no entanto, o que deveria ser regra, é quase exceção. No Brasil, também existe discrepância entre salários de homens e mulheres, e nenhuma lei que garanta o direito das mulheres nesse sentido.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de 2007, constatou-se que a proporção do salário médio das mulheres é de 82,8% em relação ao dos homens. A pesquisa, levantada na Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS), mostra ainda que se forem considerados apenas os profissionais com ensino superior completo, a diferença é ainda maior: mulheres ganham em média 56,5% dos salários dos homens.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em estudo divulgado em dezembro de 2008, se o país não acelerar as mudanças e as políticas públicas para solucionar o problema, a igualdade salarial entre homens e mulheres só será possível daqui a 87 anos. Até lá, muitas famílias já terão sido prejudicadas, e muito.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Largada!

Seja bem-vindo! Você está convidado, a partir de agora, a se sentir um pouco mais indignado toda vez que vir em um jornal, revista, site ou na televisão, ouvir no rádio, ou onde quer que seja, alguma notícia sobre as barbaridades que ocorrem diariamente tanto no Brasil quanto no resto do mundo. A história já é antiga. A violência, o descaso e as explorações dos mais diversos tipos, contra os mais variados setores das sociedades, são tantos que viraram componentes do dia-a-dia. Nossos calos apertam mais quando o problema nos atinge diretamente. Pois bem, fica aqui o convite: pare para ler, não só este nascente blog, e repara. Vamos seguir o conselho de José Saramago: "se podes olhar, vê. Se podes ver, repara". E, assim, parar de dar as costas ou não tomar qualquer atitude perante os crimes, os desrespeitos, e todas as formas de injustiça contra, principalmente, os menos favorecidos social e economicamente.

Reparar não é somente perceber o que está ao redor, mas tentar consertar o que está errado. Procurar entender e se informar sobre essas irregularidades já é um começo para a mudança maior. Aqui no nosso blog você vai encontrar notícias e artigos preocupados, em suma, com as diversas questões que envolvem a garantia dos direitos humanos (que não devem se aplicar somente aos "humanos direitos"). Boa leitura!