Sequências de filmes como Jogos Mortais, Sexta-feira 13 e O Albergue podem parecer surreais com relação à crueldade usada contra as vítimas. No entanto, um caso publicado ontem (7) pela Folha de São Paulo mostrou que tais crimes são possíveis.
Na última sexta-feira, 6 de fevereiro, a polícia de Curitiba (PR) encontrou o corpo de um homem cuja face foi arrancada com uma faca. Segundo os investigadores da Delegacia de Homicídios, da Polícia Civil, é possível que a vítima tenha sido mutilada e torturada antes de morrer. A polícia declara ainda que o homem foi encontrado com as mãos e os pés amarrados, além de ter uma corda no pescoço. Os olhos também foram arrancados durante a tortura. Além disso, vítima apresentava escoriações no tórax e um tiro na cabeça. Devido aos ferimentos, o homem ainda não foi identificado e não há suspeitos da autoria do crime.
Este exemplo ilustra dados recentes divulgados no relatório anual da organização não-governamental Human Rights Watch. O documento, publicado no dia 14 de janeiro deste ano, traça um panorama das violações dos direitos humanos no mundo.
Na seção sobre o Brasil contida no relatório, a ONG responsabiliza gangues criminosas e o abuso policial pela chamada "crise da segurança pública". De acordo com a ONG, no Brasil ocorrem cerca de 50 mil homicídios por ano. E apesar de não haver números precisos em relação à tortura no país, considera-se que esta é uma prática recorrente cometida por criminosos e pela própria polícia.
Para a Human Rights Watch, a tortura no Brasil se tornou um problema crônico, principalmente nos presídios e outras dependências policiais. Os principais estados brasileiros onde se pratica tortura dentro das prisões, segundo o documento, são: Rondônia, Piauí, Mato Grosso, Ceará, Maranhão, e Goiás.