A luta feminista, que começou no século XIX e ganhou força na década de 60, conquistou muitos avanços: o voto, estudo nas universidades, a ingressão no mercado de trabalho realizando funções "masculinas", liberdade sexual, participação política. Mas ainda há muito pelo que lutar.
No dia 29 de janeiro de 2009, o novo presidente dos EUA, Barack Obama, ajudou a mulher americana a dar outro passo importante na busca pela igualdade de direitos. Ele assinou uma lei que determina a igualdade salarial entre homens e mulheres que ocupem a mesma função.
O projeto de lei é baseado na história de Lilly Ledbetter, supervisora da fábrica de pneus da Goodyear Tire & Rubber, em Gadsden, Alabama. Depois de 19 anos de serviço, ela processou a empresa ao descobrir que ganhava US$ 6.500 a menos que o supervisor com menor salário. Segundo Ledbetter, quem decidiu pelo salário menor foram seus supervisores, o que caracterizava discriminação. Em 2007, a Suprema Corte americana decidiu negar o pedido de indenização de US$ 360 mil, com a justificativa de que ela demorou muito tempo para iniciar o processo.
Com uma "simples" assinatura, Obama mostrou que a diferença de gênero não deve determinar o valor de um trabalho, já que atualmente tanto homens quanto mulheres podem estudar em boas instituições e ter desempenhos iguais na escola e no trabalho.
Infelizmente, no entanto, o que deveria ser regra, é quase exceção. No Brasil, também existe discrepância entre salários de homens e mulheres, e nenhuma lei que garanta o direito das mulheres nesse sentido.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de 2007, constatou-se que a proporção do salário médio das mulheres é de 82,8% em relação ao dos homens. A pesquisa, levantada na Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS), mostra ainda que se forem considerados apenas os profissionais com ensino superior completo, a diferença é ainda maior: mulheres ganham em média 56,5% dos salários dos homens.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em estudo divulgado em dezembro de 2008, se o país não acelerar as mudanças e as políticas públicas para solucionar o problema, a igualdade salarial entre homens e mulheres só será possível daqui a 87 anos. Até lá, muitas famílias já terão sido prejudicadas, e muito.
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